Reproducibility of the Shadow
In this work, I approach the concept of shadow and the reproducibility of an image through a study of the work of Walter Benjamin, “The Work of Art in the Age of its Technical Reproducibility,” and also of Hito Steyer, “In Defence of the Poor Image”.
Here I discuss the problems regarding the copy of a work and its degradation and maltreatment, which are inherent to the copies of the modern world. The photograph here loses its original representation, becoming a basic component of the work. The digital medium has come to question the truth of matters since digital images are easily changed, and despite that, we still easily believe in the “truth” of photography, even if it is an image with poor quality that is often validated as an original picture. The shadow, being something that is not always notorious but that always accompanies a referent, is directly linked to the characteristics of a reproduction and its consequences, not being easily denoted but always present.
Here, the original image also presents a dichotomy between the classic and the modern. The pose in three quarters, with the blurred image (in the classical era, it was difficult to produce an image completely in focus), goes in the opposite direction of modern photography, in which the focus is highly valued. The blur visible on the face also creates an initial discomfort that goes on point to the idea of the project. With the completion of the twenty copies, the difference between the original and the copy does not become so evident. Only chromatic changes and general degradation are visible along the photocopies, which raises the question to the viewer as to whether the first image was really an original or a copy.
It is important to note that each copy refers to the previous image, not the original. That is, the third copy is referring to the second, which is related to the first, which is a photocopy of the original image.
Reprodutibilidade da Sombra
Neste trabalho, abordo o conceito de sombra e a reprodutibilidade de uma imagem através de um estudo da obra de Walter Benjamin, "A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica", e também de Hito Steyerl, "Em Defesa da Imagem Pobre".
Aqui, discuto os problemas relacionados à cópia de uma obra e a sua degradação e maus-tratos, que são inerentes às cópias do mundo moderno. A fotografia aqui perde sua representação original, tornando-se um componente básico da obra. O meio digital veio questionar a verdade das coisas, uma vez que as imagens digitais são facilmente alteradas, e, apesar disso, ainda acreditamos facilmente na "verdade" da fotografia, mesmo que seja uma imagem de má qualidade, frequentemente validada como uma foto original. A sombra, sendo algo que nem sempre é notório mas que acompanha sempre um referente, está diretamente ligada às características de uma reprodução e às suas consequências, não sendo facilmente notada mas sempre presente.
Neste trabalho, a imagem original também apresenta uma dicotomia entre o clássico e o moderno. A pose em três quartos, com a imagem desfocada (na era clássica, era difícil produzir uma imagem completamente nítida), vai na direção oposta da fotografia moderna, na qual o foco é altamente valorizado. O desfoque visível no rosto também cria um desconforto inicial que aponta para a ideia do projeto. Com a conclusão das vinte cópias, a diferença entre o original e a cópia não se torna tão evidente. Apenas mudanças cromáticas e degradação geral são visíveis ao longo das fotocópias, o que levanta a questão ao espectador se a primeira imagem era realmente um original ou uma cópia.
É importante notar que cada cópia refere-se à imagem anterior e não à original. Ou seja, a terceira cópia refere-se à segunda, que está relacionada com a primeira, que é uma fotocópia da imagem original.
